Edgar Pêra

graduou-se na área de montagem na Escola Superior de Teatro e Cinema em 1984, assumindo pouco depois a persona de Homem-Kâmara, dedicando-se a filmar o quotidiano de bandas pop-rock portuguesas. Seguem-se filmes, como a longa-metragem heteronímica “A Janela (Marialva Mix)”, e outros que alternam entre o discurso em directo dos pensadores-convidados dos seus filmes, como “Manual de Evasão LX94” (com Ternce Mckenna, Robert Anton Wilson e Rudy Rucker), (Locarno 2001), e a adaptação de textos, “O Barão” e a ficção distópica “Caminhos Magnétykos”. Em 2004 tem a sua primeira retrospectiva internacional no World Wide Video Festival, em Amesterdão.

Em 2006 recebe, em Paris, o prémio Pasolini, juntamente com Jodorowsky e Arrabal e em 2010 inicia a investigação sobre o formato esteroscópico, para a tese de doutoramento O Espectador Espantado (UALG – Comunicação Cultura e Arte), assinando diferentes filmes em 3D, como “Cinesapiens” (do tríptico “3X3D”, com Godard e Greenaway), “Lisbon Revisited” (viagem percepcionista a uma Lisboa habitada por fantasmas pessoanos), e “KINORAMA – Beyond The Walls of The Real”, com textos de Lovecraft.

À retrospectiva na Cinemateca de Seul (2014), e na Fundação de Serralves (2018), segue-se a sua maior retrospectiva de sempre, no Festival Internacional de Cinema de Roterdão. Em 2023, estreou no Festival de Roterdão o filme inspirado no complexo drama em gente pessoano, “Não Sou Nada – The Nothingness Club”.

Em 2022 começou a criar imagens com inteligência artificial, tendo estreado o seu mais recente filme “Cartas Telepáticas”, este ano (2024) no Festival de Locarno.